Os artigos desta semana me fizeram refletir sobre a importância da liberdade de expressão e protesto na sociedade. A decisão da Justiça de São Paulo de não proibir o protesto contra Bolsonaro, demonstra sua convicção de que a liberdade de expressão é um direito legal de acordo com a Constituição. Por outro lado, a prevenção de um protesto contra a lei eleitoral no Luanda mostra a resposta inevitável quando os direitos dos cidadãos são negados. A polícia também reagiu com força contra os luandenses, como disse um dos ativistas no artigo, “a polícia está aqui já de forma petulante e inclusive um dos agentes tentou disparar contra nós” Esse artigo me lembrou dos protestos de As Vidas Negras Importam, e como houve relatos semelhantes de alguns ativistas atacados pela polícia que usou gás lacrimogêneo, balas de borracha, etc. Eu encontrei um artigo do New York Times que discute esses problemas de como a polícia da EE.UU usou força contra os protestos de As Vidas Negras Importam. Enquanto os protestos forem pacíficos e não perturbadores, as autoridades policiais não devem reagir com força e ferir os manifestantes. Além de atacar os manifestantes, eles também negam a seus cidadãos o direito de reunião e expressão. No entanto, este direito deve estar disponível para todos, como visto nos protestos de Bolsonaro – ambas as demonstrações que são a favor de Bolsonaro e contra ele estão ocorrendo no mesmo dia. Esta ideia é visto como ponto de discórdia dentro da sociedade: ainda que você acha o ponto de vista de alguém é problemático, ele ainda tem o direito de expressá-lo.
Perguntas de discussão:
1. Você acha que existe algum cenário em que os manifestantes possam recorrer a medidas mais extremas, como violência ou destruição? Ou o protesto deve ser sempre passivo e pacífico?
2. Você já conversou com alguém que tem um ponto de vista muito diferente do seu? Como foi a conversa? Vocês foram capazes de expressar suas próprias perspectivas e ouvir a outra pessoa com respeito?
Bushra, eu gostei muita sua reflexão e conexão com os protestos no Luanda com os protestos de movimento de As Vidas Negras Importam. O uso de força policial contra os manifestantes calmos também demonstrou a luta para proteger os direitos de expressão. Acho que este leva a pergunta o quem pode decidir o que deve ser “proibido” ou não quando as instituições que creem os lei e as regras são historicamente preconceituosos. Podemos ver este comparando o início de reação policial durante o ataque do Capitólio em janeiro pelos manifestantes claramente violentos. Os dois grupos tiveram um mensajem para o mundo (e especificamente os Estados Unidos) mas as maneiras foram muito diferentes.
Olá Bushra,
A tua observação é muito relevante no contexto atual no mundo, porque, de fato, a liberdade de expressão e de protesto (como outras liberdades que podem parecer universais) não está de todo um direito garantido/adquirido. Eu tive uma reflexão parecida com o assunto da tua primeira pergunta; fiquei consternada pelo comportamento e la violência das pessoas na França quando as manifestações dos “gilets jaunes” (un movimento social contra a reforma do sistema de pensões na frança) tiveram lugar e eu pensei que estas atitudes não são aceitável numa manifestação. Eu acho que os atos de violência não podem mais resolver qualquer problema, porque trazem sempre mais violência do que paz.