Orgãos, doar ou não doar?

Acordando com um artigo da Folha de São Paulo, o principal motivo para a não efetivação de transplantes de órgãos é a recusa familiar. A fila de espera por um transplante no Brasil conta com 44.626 pacientes, e a cada 14 pessoas que podem doar, apenas quatro se tornam doadoras. De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2019 a 2023, a família é apontada como o maior obstáculo. Havia esforços da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, e quando as famílias são questionadas com a pergunta “E se seu filho, marido, ou pai precisasse de um doador, você falaria sobre doar órgãos?”, as respostas costumam ser mais receptivas. Porém, a minha pergunta é: esses esforços são suficientes? Eu acho que não. Órgãos podem salvar vidas e, sim, as pessoas têm o direito sobre seu corpo, mesmo após a morte. Mas, existem outras ideias que possam motivar as famílias ou as pessoas a doarem seus órgãos? Talvez um incentivo financeiro para quem promete doar seus órgãos antes da morte? É difícil para as famílias falarem sobre os órgãos de um ente querido, por isso, ter um plano antes da morte é necessário.

 

Minhas perguntas são:

  1. Você acha que é egoísta uma pessoa não doar seus órgãos após a morte (excluindo razões religiosas)? 
  2. Você acha que é apropriado a família decidir o que fazer com os órgãos de outra pessoa?

 

Patrícia Pasquini. (27 Setembro 2024 Sexta-feira). Recusa familiar é o principal motivo para não efetivação de transplantes de órgãos, diz Ministério da Saúde. Folha de Sao Paulo, Brazil. https://advance-lexis-com.proxy.library.emory.edu/api/document?collection=news&id=urn%3acontentItem%3a6D2M-2011-DYY9-00PX-00000-00&context=1519360&identityprofileid=N625J851341.

2 thoughts on “Orgãos, doar ou não doar?

  1. Oi, Evie. Eu gosto muito das suas perguntas. Eu acho que não é egoísta não doar os órgãos após a morte. Opino que, mais do que egoísmo, não doar é um resultado de culturas e histórias sobre a morte e os corpos, que merecem respeito, dignidade e atenção (mas as sociedades mudam e são diversas, e isso também é importante).

    Pessoalmente, sou crítico da instituição da família hegemônica no Ocidente e de seu poder. Gostaria de formas de comunidade, cuidado e colaboração mais abertas, e que as pessoas não dependessem da sorte de ter uma boa família para receber doações; e não gostaria que minha mãe escolhesse pelos meus órgãos.

    Gostaria que as pessoas decidissem e que o governo fizesse mais campanhas sobre a solidariedade e os benefícios para quem doa órgãos (sei que o Irã tem uma história muito diferente do resto do mundo nos transplantes de órgãos, pois é uma política de Estado e não há escassez). Mas lá, quem doa mais órgãos são os pobres, e isso é injusto.

  2. Oi Evie,

    Fiquei surpreendida pela necessidade imensa de doadores no Brasil. É horrível que haja tantos pacientes esperando um órgão. Acho que você trouxe um artigo muito relevante às necessidades contemporâneas dos cidadãos do Brasil porque é um problema muito grande, e não teremos uma solução até que consigamos mais doadores. Gostei do ponto que fez sobre as famílias, porque é muito difícil ‘soltar’ todas as coisas que relacionamos com os corpos dos nossos entes queridos. Acho que é importante as pessoas exigirem antes da sua morte que fazer com os seus corpos, assim deveríamos ter essas conversas difíceis sobre a morte, especialmente se podemos salvar as vidas das outras pessoas.

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