Crescimento econômico, importante?

Os artigos desta semana tinham temas variados. No artigo da Folha de São Paulo sobre o Brasil, mencionava-se o polêmico candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que inventou uma fake news sobre Guilherme Boulos, o candidato da esquerda. A notícia envolvia um falso documento hospitalar que alegava o uso de cocaína por parte de Boulos, o que era não apenas uma mentira, mas também uma estigmatização das pessoas que usam substâncias, desviando assim a discussão política dos reais problemas de São Paulo. Acho que quem escreveu o artigo deixou de aprofundar nos impactos das mentiras a longo prazo e na estigmatização histórica da esquerda no Brasil (da qual há uma ditadura no record). Por outro lado, Boulos chegou ao segundo turno e vai competir contra o MBP.

O artigo sobre Angola tratava do interesse dos Estados Unidos e de Joe Biden em fortalecer as relações econômicas com o país, com uma perspectiva jornalística muito centrada em ideias de crescimento econômico e mineração, recursos, sem mencionar as condições dos trabalhadores do setor e as crises naturais. O texto dava ênfase à tensão entre países europeus e os Estados Unidos, por um lado, e a China, por outro, no contexto do monopólio sobre os minerais. Isso me fez pensar nos celulares e nas cidades onde vivemos, que existem graças aos minerais extraídos de terras como as da África e da Colômbia.

O terceiro artigo era sobre Amílcar Cabral, um pensador revolucionário e pan-africanista muito interessante. O jornalista criticava seu legado, afirmando que Cabral representava o centralismo ditatorial que impede o avanço do regionalismo no arquipélago de Cabo Verde. Acho que este artigo reproduzia muitos binarismos um tanto enganosos sobre o Ocidente como democracia, liberdade e crescimento econômico, em oposição ao socialismo, visto como algo fora do Ocidente e necessariamente ditatorial e autoritário. Sinto que ele reproduzia ideias vagas sobre a vida social, como se fosse apenas uma questão econômica de crescimento nacional e eleições, e sobre a África, vista como um continente com déficit ocidental. Havia pouco foco em como a Europa e os Estados Unidos prejudicaram a África.

Perguntas:

  • Por que as mentiras são tão frequentes nas campanhas políticas, e como é possível combatê-las?
  • O que acha de concentrar o debate político na ideia de crescimento econômico? Não deveríamos incluir também discussões sobre distribuição de riqueza?

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