A Arte Política

É interessante que a semana sobre a arte siga a semana sobre a política; acho que dois dos artigos—o do Jornal Folha 8 e do Observador—mostram que a política e a arte são campos relacionados. A arte, desde o livro até o teatro, pode abordar temas políticos, como no exemplo do livro da história angolana. A história—que inclui quem pode contá-la e quais histórias são legítimas ou oficiais—sempre depende de relações de poder. No caso de “Mestre dos Batuques,” o autor José Eduardo Agualusa muda as datas da colonização da Angola, o qual seguramente seria polémico e poderia ter consequências políticas. No caso do artigo sobre a rede de teatros europeus, mostra que ainda que uma obra não trate diretamente um tema político, muitas instituições artísticas dependem dos fundos estatais. Sendo assim, os estados (e fundadores no geral) têm muita influência sobre o que arte se pode apresentar e o que não. Também, de acordo com o artigo, podem decidir quem segue trabalhando, e quem é despedido.

Perguntas

  1. Quais devem ser os limites de arte? Há temas que o arte não deve abordar?
  2. Se você doesse dinheiro a um teatro ou museu, queria decidir que arte exibem ou quem trabalha em ela?

3 thoughts on “A Arte Política

  1. Olá, Rebecca!

    Você trouxou muitas pontas relevantes à nossa discussão, especialmente gostei de como você ligou os tópicos da semana passada com a que estamos discutindo esta semana. Uma das frases que me chamou a atenção mais da sua postagem foi quando você falou de como deveríamos lembrar as pessoas em poder são as que escrevem a história, que fazem os livros, e assumem a narrativa. Embora que falei de “Crazy Hair Day,” acho que isto é relevante para a minha discussão sobre os padrões de beleza ocidentalizados. É muito injusto que o Oeste tenha controlado os padrões de beleza. O arte tem muitas ligações com o política, e isso é aparente até hoje na nossa sociedade e arte contemporânea.

  2. Olá Rebecca! Eu acho que o que você falou sobre a arte e os limites da arte é algo importante para a comunidade artística. Eu acho que arte pode representar muitas coisas e deve ser usada como uma forma de expressão. Eu acho que não deveria haver limites para os temas que a arte pode mostrar porque a arte é uma forma de se expressar. Se há limites também estamos limitando a expressão dos artistas que é uma forma de censura. Eu acho que a censura de arte é algo que limita as ideias e a criatividade, e por isso a arte deve expressar muitos temas diferentes.

  3. Oi, Rebecca! Gostei muito das suas perguntas. A arte tem muita ligação com a política, como também aponta Chloe. Lembro de muitos momentos em que artistas foram assassinados ou presos por seu papel na política. A arte também tem uma longa história de legitimação das estruturas dos regimes e do poder. Acho que isso acontece porque a arte está relacionada ao comum, ao público e ao político, no sentido de que a política vem da polis e de uma ideia de mundo que é coletiva. A arte é sempre uma conversa com os outros.

    Sobre os limites da arte, acredito que ela nunca é completamente livre. A arte sempre reflete momentos históricos e depende de circunstâncias materiais, como dinheiro e instituições.

    Acredito que a arte deve ser crítica. E que a despolitização da arte em momentos difíceis pode ser conservadora. Mas não acho que devemos regular a arte. Também não acredito que seja correta a fantasia de que a arte é uma experiência de plena liberdade.

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