Recentemente no Instagram, o artista Bad Bunny anunciou seu apoio à Kamala Harris, e este artigo especula sobre a influência possível deste anuncio. Como o artigo relata, Bad Bunny é um dos artistas mais ouvidos mundialmente, e tem uma plataforma e um alcance enormes. É interessante que um artista e uma pessoa porto-riquenha apoie uma candidata presidencial dado que, também como o artigo conta, os porto-riquenhos não podem votar. O artigo se enfoca na população diaspórica em Pensilvânia, onde ficam 300,000 pessoas que são porto-riquenhos e têm o direito ao voto. A implicação é que é possível que essas pessoas seguiram o exemplo de Bad Bunny e votarem para Kamala Harris, e que como resultado, ela poderia ganhar o estado sempre contestado (“swing state”).
O que a mi me parece importante, entretanto, é a influência que o artigo atribui ao Bad Bunny. Sugere que as pessoas não necessariamente votam seus valores, se não votam como seus artistas preferidos dizerem. Não sei exatamente os resultados nem estadísticas exatas dos apoios por parte das celebridades, mas é importante que digam que têm uma influência exagerada. Contribui, acho eu, discursivamente à construção da celebridade e o seu papel na sociedade e nas políticas.
Perguntas:
- Moramos numa democracia representativa se todas as pessoas que têm cidadania não podem votar?
- O que deve ser o papel do artista o da celebridade durante os eleições? (Pensem em Bad Bunny que apoio à Kamala Harris e Nicky Jam que apoio ao Trump.)
Oi, Rebecca! Concordo com você: o artigo exagera a influência de Bad Bunny. O que você menciona revela a ilusão midiática de que as pessoas são ovelhas conduzidas por um pastor, Bad Bunny, o que me parece mentalmente preguiçoso e até estigmatizante: retratar o porto-riquenho migrante como incapaz de decidir e pensar por si mesmo.
1. Eu acho que a ideia de representação na política eleitoral é insuficiente, e o exemplo das pessoas sem direito de voto, mas mais afetadas pelas eleições, diz muito.
2. Não acho que os artistas tenham um papel ou uma responsabilidade especial, mas a arte é sempre política, inclusive no silêncio. Os artistas são plataformas. Mas as pessoas não são passivas.
Olá Rebecca,
O seu artigo sobre Bad Bunny e o seu apoio recente de Kamala Harris me interessam muito. Ontem, meu amigo que nasceu e cresceu em Cayey, Puerto Rico, me mostrou o vídeo de alguém que disse que Puerto Rico era “uma ilha de lixo” durante um evento de Trump. Duas horas depois Bad Bunny subiu as declarações de Kamala sobre seu plano para Puerto Rico e sua obrigação aos porto-riquenhos.
É verdade que isto pode ter um efeito grande nas eleições que vão acontecer esta segunda-feira. Embora os porto-riquenhos não possam votar em Puerto Rico, os milhões que moram nos 50 estados sim podem. Mas, também há essa pergunta que você mencionou: É bom que tantas pessoas considerem a opinião dos celebridades nas eleições? Honestamente, acho que não é bom. A gente deveria fazer sua opinião independentemente.
Olá Rebecca,
Seu artigo me parece interessante porque ontem mesmo estava falando com uma das minhas amigas sobre as eleições. Ela nasceu em Porto Rico e sua família ainda mora lá; assim como o amigo do Josh, ela estava me contando sobre o comediante que apoia Trump e chamou a Porto Rico de uma “ilha de lixo”.
Em relação a sua segunda pergunta, acho que o papel dos artistas nas eleições é um pouco estranho. Obviamente, os artistas pop têm muita influência sobre as pessoas hoje em dia, então se eles dizem que vão votar por um certo candidato, o mais provável é que seus fãs também votem por esse candidato, então as vozes dos artistas podem ser usadas estrategicamente para afetar a política. Mas, eu acredito que cada pessoa deveria poder votar e fazer suas decisões por vontade própria e dependendo de seu critério, não de outros, especialmente nas eleições.