All posts by Jose Alejandro Londono Pabon

Caricaturas sobre as Crises Ambientais

Hoje, eu estava pesquisando notícias e artigos sobre o meio ambiente, mas o que encontrei mais interessante foi na Revista Piauí, hospedada no site da Folha de São Paulo: caricaturas do cartunista brasileiro Caco Galhardo, todas com temas ambientais. Gostei muito delas porque apresentam a conversa ambiental de uma perspectiva crítica, expressando de forma muito simples, através das imagens, a urgência dos temas climáticos no Brasil.

A primeira dessas caricaturas faz referência à COP 28, realizada no Brasil:

Nesta primeira caricatura, o cartunista ilustra que o mundo onde as instituições internacionais discutem problemas ambientais já é um mundo em crise, com incêndios, enchentes, mudanças climáticas violentas e pessoas lutando para sobreviver.

Em outra imagem, ele traz dois problemas: o primeiro é a separação entre a realidade do planeta em crise e os “heróis” da burocracia, cercados por câmeras e imprensa, realizando reuniões de oito horas em hotéis de luxo e viajando protegidos das crises. O segundo problema é a indiferença de pessoas que, confortavelmente instaladas em seus escritórios, tomam decisões que afetam o planeta, com a segurança de seus castelos de vidro.

Há também uma imagem que faz um contraste, com foco no Sul Global. Na imagem à esquerda, a atenção está na mudança climática nas regiões polares, em um mundo sem humanos, onde a imagem que procura nos chocar é simplesmente um animal fofo. Já a imagem à direita evidencia os problemas climáticos em lugares que são tanto sociais quanto ambientais, mostrando um cavalo em uma paisagem humana afetada pelas enchentes.

A quarta imagem me chamou muito a atenção. Trata-se de um mapa que mostra a interconexão entre diferentes processos que afetam o Brasil e explicam as mudanças climáticas. Por exemplo, as enchentes estão conectadas com o monocultivo de soja, as secas, e as áreas desmatadas onde antes havia florestas.

As duas últimas imagens são críticas aos negacionistas climáticos, que negam as crises mesmo quando estas são totalmente evidentes em suas vidas, como quando suas próprias cidades sofrem enchentes. Outra coisa que a imagem mostra é que esses brasileiros negacionistas são, em sua maioria, homens brancos, que, mesmo com a água invadindo suas realidades, preferem não enxergar. A última imagem aborda o capitalismo e como o comércio continua inalterado, persistindo em um mundo em crise ecológica.

 

Perguntas:

O que você pensa sobre o gênero da caricatura como técnica para comunicar problemas ambientais no Brasil?

Você acha importante ser mais criativo no jornalismo ao abordar temas ambientais?

 

Link:

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/cartuns-de-caco-galhardo-4/

Desafios Ambientais e o Futuro: Reflexões e Urgência

Os três artigos da semana sobre o meio ambiente compartilham uma pergunta crucial: o que fazer depois dos desastres naturais? Sabemos que os desastres naturais alteram as possibilidades do nosso futuro e as condições do presente. O ecológico não é uma questão de momentos, mas de processos, processos que mudam.

Urgência. Os artigos comunicam um senso de urgência. Vivemos em um mundo com desastres e problemas: somos interdependentes da água, do ar e da terra, que são questões políticas, e políticas sobre a justiça do nosso futuro.

O artigo sobre as enchentes no Rio Grande do Sul expõe o conceito de ansiedade ambiental, que é importante. As crises ambientais têm impacto nas ideias de segurança que temos sobre nossas vidas e sobre nossa saúde mental, que também é somática.

Muitas vezes esquecemos as crises ambientais , mas elas afetam o futuro, deixando pessoas sem teto e com medos constantes. Portanto, é importante, após os desastres, como as enchentes no Rio Grande do Sul e o furacão Helen, trabalhar sobre seus impactos cultivados ao longo do tempo.

A mesma pergunta sobre o futuro se aplica à deflorestação na Amazônia, e em relação aos incêndios que ocorrem na Europa, como padrões que se repetem e causam problemas de saúde cíclicos: na qualidade do ar que respiramos com fuligem, nas temperaturas do planeta, e na quantidade de água dos rios que secam.

Tudo, eu acho, é uma pergunta sobre o futuro e uma questão de desejo. Qual é o mundo que desejamos? O que pensamos sobre a urgência?

Perguntas:

  1. O que podemos fazer hoje para reduzir os impactos de futuros desastres ambientais?
  2. Como a nossa percepção de urgência influencia as decisões políticas e sociais sobre o meio ambiente?

Léonora Miano e o racismo

Eu li um artigo na Revista Cult, chamado “A literatura migrante segundo Léonora Miano”. O artigo era uma entrevista de Victor Kutz com Léonora Miano, uma autora convidada para a Festa Literária Internacional de Paraty de 2024, no estado do Rio de Janeiro. Ela é uma autora camaronesa e francesa cuja literatura explora a experiência de mulheres africanas na Europa e na França, onde há 3,5 milhões de pessoas nascidas na África, representando 48% do número total de imigrantes. Um objetivo de sua literatura é “colocar no centro da narrativa aqueles que geralmente habitam as periferias (…) deslocar o centro e fazer com que o que normalmente é periférico se torne central”. É uma literatura que busca trazer a periferia ao centro, expondo a violência colonial dos impérios.

Uma coisa que gostei muito na entrevista foi a influência da autora africana de autoras brasileiras como Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento. Ela diz que Lélia “refletia sobre a natureza do racismo no Brasil, dizendo que o Brasil pratica um racismo cordial, ou seja, um racismo sutil, que te faz acreditar que você é da família, mas nega sua parte na partilha de poder. […] Isso é exatamente o que acontece na França. Não há brutalidade, mas há muita hipocrisia, chantagem e violência emocional.” Ela explica: “Descobri Lélia Gonzalez meio por acaso em uma publicação francesa sobre feministas do sul global, onde havia um artigo em que ela refletia sobre a dificuldade de definir a identidade dos negros no Brasil”.

Gostei muito de pensar sobre as redes intelectuais que conectam o sul global em relação a conversas sobre injustiça, e fico pensando se, em países como a Colômbia, as pessoas leem Léonora Miano para entender mais sobre a presença do racismo.

Pergunto:

  1. Existem referências intelectuais importantes na África ou acha importante que aprendamos mais sobre a África para entender problemas nos Estados Unidos?
  2. Concorda com Léonora e Lélia quando dizem que temos um racismo cordial, “ou seja, um racismo sutil, que te faz acreditar que você é da família, mas nega sua parte na partilha de poder”?

O link:

 

A literatura migrante segundo Léonora Miano

Nação e arte

Gostaria de pensar nos três artigos desta semana sob o tema da nação. O primeiro artigo que li, de Ouro Preto, MG, é sobre o Dia do Cabelo Maluco e sua popularidade. Esse dia tem origem no Crazy Hair Day, dos Estados Unidos. A perspectiva do artigo celebra a nova data e dá recomendações de saúde. Além disso, inclui sugestões sobre produtos que não afetam o crescimento das crianças.

Pessoalmente, não tenho nada contra o dia. No entanto, as recomendações podem refletir ideias dominantes de gênero e também o que é aceitável e inaceitável na estética (o que é considerado “maluco” hoje pode ser normal no futuro). É algo normativo e hegemônico o ênfase dado no artigo sobre meninos versus meninas, além da presença repetitiva de pessoas brancas nas fotos.

Algo contextual é que as culturas estão sempre em processos de mudança, influência e também imitação. A expansão desse dia no Brasil reflete um pouco sobre o processo de americanização e um desejo de apropriar práticas culturais norte-americanas. A apropriação não é boa nem má. Mas estudar as estéticas que podem ser consideradas “malucas” pode nos permitir compreender aspectos da sociedade, já que rituais de subversão da ordem muitas vezes lembram as estruturas de poder existentes.

O artigo sobre o teatro em Portugal e na Europa é preocupante e se relaciona com a Colômbia, porque durante o governo de direita de Duque houve muita censura cultural, e a cultura foi usada apenas para promover o nacionalismo, um nacionalismo de “unidade” que tentou silenciar as tensões culturais como espaços de conversação política. Concordo com o artigo, que é crítico ao controle das instituições culturais pela extrema direita.

O artigo angolano, “Mestre dos Batuques,” é muito interessante porque propõe uma leitura da nação diferente da leitura oficial, onde todos compartilham o mesmo passado. A interpretação que o escritor José Eduardo Agualusa propõe reflete sobre a história angolana a partir daqueles que resistiram ao colonialismo português, especificamente o Reino de Bailundo. Para ele, é importante reconhecer que Angola é um país diverso, com muitas histórias, e que a literatura pode nos fazer reconhecer essa diversidade.

Uma questão que me pergunto é se fazer uma revisão da história pode nos levar a esquecer o impacto da colonização portuguesa, algo que pode ser controverso, tendo em conta que o escritor é um homem branco.

Perguntas:

  • Como a expansão de práticas culturais estrangeiras, como o Dia do Cabelo Maluco, reflete processos de americanização e influência cultural nas noções de nação e identidade no Brasil? Gosta dos processos de americanização no mundo?
  • De que maneira a literatura pode servir para reconhecer a diversidade de histórias nacionais em contraste com as narrativas oficiais unificadoras, e quais são os limites de uma revisão histórica em termos de memória colonial?

 

Silêncio cíclico nos apagãos no Sul Global

“Compreendo a globalização como uma luz brilhando cada vez mais intensamente em poucas pessoas, enquanto os demais permanecem na escuridão, varridos para fora. Eles simplesmente não podem ser vistos. Quando você se acostuma a não ver algo, depois, lentamente, já não é possível enxergá-lo.”

— Arundhati Roy

Leio a Folha de São Paulo com um sentimento de frustração em relação ao silêncio cíclico dos meios internacionais, incluindo a Colômbia, sobre a distribuição dos riscos e crises entre o Sul Global e o Norte Global. E sobre o fato de que mais pessoas no estado de São Paulo perderam a eletricidade durante a tempestade do que na Flórida, devido ao furacão: 2,1 milhões versus 1,5 milhões. A citação de Arundhati Roy é muito relevante para reconhecer o silêncio repetido diante de crises graves, como a crise amazônica.

Meu artigo se chama “Aneel diz que reação da Enel ao apagão foi abaixo da adequada e cobra mais funcionários.” A Aneel é a Agência Nacional de Energia Elétrica, e a Enel é uma gigante energética italiana, a maior multinacional do setor elétrico na América Latina, África e Europa.

O artigo narra a inépcia e irresponsabilidade da Enel em reconectar a eletricidade de forma rápida, e sua falta de uma resposta pronta (pois a terceirização da Enel transforma a logística em um labirinto de responsabilidades). As autoridades de controle dizem que com a Enel tudo é mais lento, e as pessoas no Twitter culpam a privatização ocorrida em 2018, uma privatização relacionada também com políticas de direita contrárias ao poder sindical nas empresas públicas. A Folha não aprofunda em uma análise sobre a infraestrutura ou a Enel, mas eu sei — com base na minha pesquisa de doutorado que dialoga com esses temas — que, na Colômbia e no Chile, a Enel aumentou os custos da energia após as privatizações, e mais pessoas ficam sem luz e sem respostas quando ocorrem catástrofes naturais.

Outro tema é que as tempestades são problemas cíclicos. Todos os anos, São Paulo enfrenta esses problemas. Mas com o aquecimento global, tudo piora.

Minhas perguntas:

Você acha que os mercados e as lógicas de lucro oferecem soluções para os problemas ambientais ou os mercados são causadores desses problemas?

O que você pensa sobre as privatizações dos serviços públicos em lugares como Porto Rico ou São Paulo?

Crescimento econômico, importante?

Os artigos desta semana tinham temas variados. No artigo da Folha de São Paulo sobre o Brasil, mencionava-se o polêmico candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que inventou uma fake news sobre Guilherme Boulos, o candidato da esquerda. A notícia envolvia um falso documento hospitalar que alegava o uso de cocaína por parte de Boulos, o que era não apenas uma mentira, mas também uma estigmatização das pessoas que usam substâncias, desviando assim a discussão política dos reais problemas de São Paulo. Acho que quem escreveu o artigo deixou de aprofundar nos impactos das mentiras a longo prazo e na estigmatização histórica da esquerda no Brasil (da qual há uma ditadura no record). Por outro lado, Boulos chegou ao segundo turno e vai competir contra o MBP.

O artigo sobre Angola tratava do interesse dos Estados Unidos e de Joe Biden em fortalecer as relações econômicas com o país, com uma perspectiva jornalística muito centrada em ideias de crescimento econômico e mineração, recursos, sem mencionar as condições dos trabalhadores do setor e as crises naturais. O texto dava ênfase à tensão entre países europeus e os Estados Unidos, por um lado, e a China, por outro, no contexto do monopólio sobre os minerais. Isso me fez pensar nos celulares e nas cidades onde vivemos, que existem graças aos minerais extraídos de terras como as da África e da Colômbia.

O terceiro artigo era sobre Amílcar Cabral, um pensador revolucionário e pan-africanista muito interessante. O jornalista criticava seu legado, afirmando que Cabral representava o centralismo ditatorial que impede o avanço do regionalismo no arquipélago de Cabo Verde. Acho que este artigo reproduzia muitos binarismos um tanto enganosos sobre o Ocidente como democracia, liberdade e crescimento econômico, em oposição ao socialismo, visto como algo fora do Ocidente e necessariamente ditatorial e autoritário. Sinto que ele reproduzia ideias vagas sobre a vida social, como se fosse apenas uma questão econômica de crescimento nacional e eleições, e sobre a África, vista como um continente com déficit ocidental. Havia pouco foco em como a Europa e os Estados Unidos prejudicaram a África.

Perguntas:

  • Por que as mentiras são tão frequentes nas campanhas políticas, e como é possível combatê-las?
  • O que acha de concentrar o debate político na ideia de crescimento econômico? Não deveríamos incluir também discussões sobre distribuição de riqueza?

A contaminação nuclear no estado de Goiânia

O futuro é uma coisa rara, particularmente quando o mundo e a vida foram afetados por uma crise nuclear.

Para esta semana, eu tinha muita curiosidade sobre uma notícia brasileira que aprendi recentemente, lendo literatura boliviana de Liliana Colanzi, num livro de relatos com o nome “Ustedes brillan en lo oscuro” (2022). Acho que muitos não conhecem issa história.

É  sobre o futuro e sobre o passado. Também, sobre as reclamações e as frustrações no presente de muitas pessoas expostas, trinta anos atrás, à contaminação nuclear no estado de Goiânia.

A notícia que li vem do “Globo” e é um estudo muito interessante. O artigo registra as ramificações do acidente radiológico de Goiânia. Tem uma pesquisa que segue no tempo a história das vítimas e dos descendentes das vítimas, traçando coisas como acesso à saúde, responsabilidades, custos de remédios, sintomas do corpo, doenças e temas como reparações econômicas.

O enfoque do artigo é uma análise sobre a situação das vítimas trinta anos depois. Penso que muitas vezes as melhores investigações requerem tempo, em vez de concluírem com imediatismo. O tempo ajuda a entender melhor.

O acidente radiológico de Goiânia aconteceu em 1987, um ano depois de Chernobyl, em 1986, três depois do desastre de Bhopal, em 1984, e oito anos após o acidente nuclear de Three Mile Island, em 1979.

Em resumo, o que aconteceu foi que “dois catadores de material reciclável encontraram um aparelho em um prédio abandonado, que já havia sido uma clínica de radiologia. A dupla vendeu o objeto para um ferro-velho, onde a cápsula foi aberta, e o césio-137, um pó azul brilhante, acabou exposto” e milhares de pessoas foram expostas por uma terrível administração dos desfechos nucleares.

Perguntas:

Você sabia da história desse acidente e por que acha que sabemos pouco sobre essa história?

O que você acha da palavra “acidente” quando se fala de histórias como essa de impactos em muitas gerações?

Link:

https://g1.globo.com/goias/cesio30anos/noticia/apos-30-anos-vitimas-do-acidente-com-cesio-137-dizem-sofrer-com-a-falta-de-apoios-medico-e-financeiro-em-goiania.ghtml

Saúde e o futuro

Nesta semana os artigos com tema de saúde trazem perguntas sobre o futuro. A primeira notícia, de Guiné-Bissau, falava sobre 58 médicos e técnicos de saúde suspensos que procuram regularizar suas práticas com o Ministério da Saúde suas práticas em cirurgia obstetrícia, ecografia e anestesia. O Ministério da Saúde os mantém esperando, sem permitir que exerçam suas profissoes. É uma história frustrante que muitos trabalhadores de saúde emfrentam em tudo o mundo é que no caso do artigo ainda não há solução até o momento. Conheço histórias de migrantes latinos cujos estudos, muito valiosos, não foram normalizados nos Estados Unidos devido ao peso da burocracia. O futuro abrirá a porta? A segunda notícia, de Brasil, é muito preocupante, e fala sobre os riscos futuros que tem a população exposta à fumaça gerada pelas queimadas e os aumentos de câncer nas próximas décadas. Uma verdade desconfortável deste artigo é que a crise ambiental pode ser uma sepultura no futuro, e que o futuro da saúde de muitas pessoas, as expostas, é sacrificado por o extractivismo natural e humano que causa os incêndios.  O último artigo mostra a Mpox como uma doença monitorizada pelo Ministério da Saúde angolano, mas como uma doença que ainda não se espalhou. O artigo tenta de mostrar que aqueles que comem animais de caça são ignorantes do impacto do Mpox, e os vendedores também são ignorantes. Essa distribuição de culpa me parece elitista quando o artigo diz que o ministério “anunciou que o país ainda não regista casos de Mpox e tem desenvolvido medidas de vigilância epidemiológica”. Assim que não acho razão para culpar as pessoas. Acho que o problema talvez seja uma falha pedagógica e comunicativa do Ministério da Saúde. A prevenção é importante, mas ao invés de acusar as pessoas de ignorância, o jornal poderia perguntar porque é que o ministério angolano não considerou urgente ensinar sobre a Mpox, os seus riscos e determinantes de contágio se o risco futuro de uma pandemia é completamente indesejável.

  1. Acha importante de pensar no futuro quando falamos de saúde?
  2. É também importante pensar no passado quando se fala em saúde e abordar questões como a colonização e as desigualdades herdadas? Por que?

Violencia sexual (mais A Tarde não afirma nada como verdade)

O artigo que li, do jornal A Tarde, de Bahia, é sobre uma história de violência de gênero envolvendo um jogador de futebol de Palmeiras, Caio Paulista, e sua ex-namorada, Clara Monteiro.
A notícia, de tema esportivo, é a segunda mais visível das notícias esportivas hoje. A maioria das notícias são sobre o futebol local, sobre o calendário do time baiano, suas conquistas e a vitória sobre o Atlético MG; e A Tarde também tem muitas notícias sobre futebol nacional, e internacional.
Independentemente da ênfase local do jornal, parece-me significativo que o segundo artigo que mais atrai leitores seja sobre a violência de gênero, que embora seja paulista (de Palmiras) neste caso, não é uma coisa extraordinária: já que a violência sexual doméstica é muito normal localmente e no planeta.
Qual posição/versão o jornal assume?
O artigo traz citações, depoimentos e fotos de hematomas de Clara Monteiro (mais não afirma nada como verdade); traz citações de negação de Caio Paulista (mais não afirma nada como verdade) ; e traz declarações de proteção do time do Palmeiras “até que seja comprovado” na investigação” (mais não afirma nada como verdade) .
A Tarde afirma ainda que não houve ações e que Caio Paulista continua jogando, como se nada tivesse acontecido  (mais não afirma nada como verdade).
Hoje estamos no futuro. A Tarde não afirma nada como verdade. Me pergunto:
Como fazer jornalismo sobre violência de gênero a partir do feminismo sem relativizar as informações sobre a violência e sem equalizar todas as versões e, ao mesmo tempo, buscar ser objetivo?
Por que você acha que notícias de violência de gênero praticadas por famosos têm tanta audiência na mídia?