Recentemente, o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres declarou que, “a calamidade climática é a nova realidade”. Num artigo na primeira página do Públio, uma notícia portuguesa, se contam dez exemplos das muitas calamidades climáticas que aconteceram no 2024 mundialmente. Interessantemente, o artigo inclui três casos estado-unidenses, três casos europeus, um caso africano, um caso asiático, e um caso (de ondas de calor fatais) que menciona vários países. Chama a atenção que os Estados Unidos 1) tivesse tantos exemplos de calamidades neste ano e 2) que os seus exemplos fossem tão representados nesta lista. Duvido que os Estados Unidos tivessem mais calamidades climáticas que o continente de África inteiro, por exemplo. Me parece mais uma questão da representação – acho provável que os desastres nos Estados Unidos recebessem mais atenção mundialmente que muitos outros lugares.
Creio que é importante reconhecer que os Estados Unidos, como um dos contribuintes maiores ao cambio climático, também estejam afeitados pelas calamidades climáticas. É importante entender o problema não só como um problema “da periferia”. Ao mesmo tempo, acredito que é perigoso que outros lugares não recebessem a mesma atenção e como tal o mesmo apoio internacional. Se realmente queremos entender o impacto do cambio climático, temos que incluir ao todo mundo. Além disso, devemos escutar aos países mais vulneráveis, como as nações-ilhas, que levam décadas compartindo experiências de calamidades climáticas.
Perguntas:
- Concorda você com António Guterres que estamos vivendo numa “nova realidade”?
- O que opinam sobre a representação excessiva dos Estados Unidos neste artigo?