Como todos podemos enfrentar o câncer de mama?

Já que estamos no mês de outubro, queria falar do câncer de mama para esta semana. É um tema importante para mim porque minha mãe e minha avó tinham esta doença. Encontrei dois artigos do Brasil sobre este assunto. Um dos artigos se centra na importância de cuidar a saúde de mamas, especialmente porque muitas pessoas não podiam ou não queriam ir ao médico durante a parte inicial do covid-19. Um estudo citado no texto aponta “uma queda de 84% no número de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, em comparação ao mesmo período no ano anterior.” Isso é perigoso porque a melhor forma de alcançar o tratamento e cura é o diagnóstico precoce. 

O outro artigo fala de como as empresas podem engajar seus funcionários durante o mês de outubro rosa para promover a conscientização da importância da prevenção do câncer. O autor menciona que o uso da cor de rosa em certos espaços pode ajudar. Também diz que trazer especialistas no campo da saúde ou pessoas que já enfrentaram o câncer de mama para falar das suas experiências cria um diálogo aberto sobre o tópico. Gostei deste artigo porque encoraja uma “participação coletiva.” Muitas vezes, quando enfrentamos um problema de saúde, a norma é mantê-lo privado. Por exemplo, inicialmente quando minha mãe descobriu seu diagnóstico de câncer, estava hesitante em contar às pessoas, mas depois de falar com outras amigas dela que também estavam na mesma situação, ele se sentia mais confortável falar da sua experiência. Devemos ser capazes de falar livremente sobre os obstáculos que lideramos, sejam problemas de saúde física ou mental. Também gostei do artigo porque mencionou que não só mulheres sofrem de câncer de mama, o que é importante lembrar para ser inclusivo aos homens e pessoas não binárias.

Perguntas: 

  1. Como podemos garantir que as pessoas que precisam de informação preventiva e  tratamento possam acessá-lo (especialmente eles com menos recursos e dinheiro para ir ao médico e obter tratamento)?
  2. Como podemos combater o estigma em torno de pedir ajuda ou mostrar vulnerabilidade?
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2 Responses to Como todos podemos enfrentar o câncer de mama?

  1. Elise Quesnel says:

    Olá Raquel,

    Obrigada por teres partilhado estes artigos e também a experiência da tua família que ressoa com aquela da minha e de muitas outras famílias, mulheres e homens. É tão importante lembrar-nos da existência do cancro da mama que é uma condição que poderia afetar qualquer um ! Um dos grandes problemas desta pandemia foi o esquecimento da existência de muitas outras doenças que não tinham tido bastante atenção e prevenção. Um dos meios para garantir que as pessoas conseguem ter acesso às informações que precisam (sobretudo aquelas que não tem bastante dinheiro) seria já de promover a criação de programas educativos nas escolas públicas sobre as doenças como o cancro da mama e de ensinar aos alunos de reconhecer os sinais precursores. Muitos ginecologistas tentam por exemplo de mostrar por as mulheres como efetuar um autoexame das mamas.

  2. Luis Pastore-Manzano says:

    Oi Raquel! Obrigado por compartilhar isso. Achei importante sua segunda pergunta sobre como podemos diminuir o estigma por trás da doença. A primeira coisa que considero crucial é o empoderamento. Precisamos criar um espaço no qual a doença não seja mais estigmatizada porque não existe uma pessoa específica que só pode cair em uma determinada doença. A generalização de um grupo com uma doença, por exemplo, a população gay masculina que contrai AIDS, pode criar uma divisão e o medo de discutir as coisas abertamente. No entanto, a AIDS não é algo que apenas homens gays podem contrair. Esse agrupamento de pessoas em uma categoria ignora o fato de que pessoas em todo o mundo estão fadadas a compartilhar experiências semelhantes. Ao dar às pessoas a força para compartilhar abertamente suas experiências, isso pode fornecer um portal para facilitar mais discussões. A estigmatização só é criada porque optamos por evitar aqueles que sofrem, em vez de perceber o destino que pode cair sobre qualquer um de nós. Ninguém está fadado a sofrer, todos nós recebemos a probabilidade da natureza.

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