Eu acho nós entendemos bem o estresse, especialmente de acadêmicos. Recentemente também vivemos intimamente outras formas de estresse. Para mim, e muitas outras, estava estressada pelas preocupações com a pandemia, em termos de saúde e finanças. Eu sei que muitas pessoas estavam sofrendo estresse devido a circunstâncias familiares, além dos que eu mencionei.
De acordo com este artigo do Sábado, o estresse familiar durante a pandemia recai desproporcionalmente nas mulheres. Um inquérito denominado “Life with Corona” recolheu dados de 12 mil pessoas de mais 130 países e descobriu que há níveis substancialmente mais elevados de tensão domiciliar nas mulheres do que nos homens. Essa conclusão é independente do tamanho da família e indica que a pandemia pode perpetuar disparidades de género.
Embora o estudo não mencione causas potenciais desta diferença, eu acho que se deve aos papéis tradicionais de gênero. Tradicionalmente numa família, a mulher tem o papel de cuidar das crianças e de casa. Durante uma pandemia, quando todos da família estão em casa, ela não consegue descansar. Faz sentido que os níveis de estresse das mulheres sejam mais altos do que os dos homens porque não se espera que os homens lidem tanto com as crianças e o lar. Ser mãe é um trabalho inteiro e pouco reconhecido. O inquérito começou a segunda fase alguns dias atrás para obter dados sobre o impacto da pandemia a nível social e económico, e eu estou muito interessada para aprender mais sobre as conclusões.