Música para mudar o mundo

Escolhi um artigo português com o título “Música para vacinar o Mundo e salvar o planeta.” Quando eu li isso, estava totalmente cética mas curiosa. O texto fala de um concerto que aconteceu este fim de semana que se chama Global Citizen Live. O objetivo do evento é “alertar para a desigualdade na distribuição das vacinas contra a covid-19, a pobreza extrema e as alterações climáticas.” Depois de ler esta parte, fiquei ainda mais confusa. Como um concerto vai alcançar tudo isso? 

O artigo diz que o evento foi criado pelas mesmas pessoas que criaram o Live Aid Concert de 1985. Eu queria saber mais deste momento histórico. Então, encontrei uma página de Wikipedia sobre o Live Aid. Aprendi que a meta do Live Aid foi arrecadar fundos para o fome extremo que existia em Ethiopia; o público podia doar dinheiro pelo telefone. Também, li que havia bastante polêmica em torno do evento. Uma das controvérsias se centra no fato de que embora o concerto fosse para apoiar pessoas da África, não incluíram nenhum artista africano. Além disso, muitas pessoas criticaram o uso dos fundos porque dizem que o dinheiro não chegou às pessoas que precisavam de ajuda. Em vez disso, muitos dos fundos de alívio foram usados pelo governo etíope para comprar armas. 

Digo toda esta história para explicar porque eu estava cética do concerto atual de Global Citizen Live. Porém, o artigo dá uma lista dos artistas envolvidos e parece ser um evento mais global do que o Live Aid. Há atuações em Nova Iorque, Paris, Sydney, Rio de Janeiro, Lagos e Mumbai com artistas de vários países. O concerto consiste em performances ao vivo e pré-gravadas. Para mim, a parte mais interessante do Global Citizen Live é que o evento não pede dinheiro aos espectadores. Como alternativa, o público pode ganhar pontos por fazer certas ações como enviar e-mail ou ligar para seus representantes no congresso sobre as alterações climáticas, twittar uma mensagem sobre a escassez de vacinas em certas áreas do mundo, assinar petições sobre a igualdade do gênero, ou fazer provas para aprender sobre estes tópicos. Ao final, os participantes com mais pontos estão convidados para as performances ao vivo. Isso me parece uma ideia muito melhor do que pedir dinheiro ao público porque 1) ainda estamos numa pandemia e não todo o mundo pode doar, 2) desse jeito, mais pessoas podem participar, 3) facilita o engajamento cívico de uma maneira significativa. Acho que o Global Citizen Live é um bom exemplo de como a música pode ser usada para o bem. Agora o título do artigo não é tão exagerado quanto eu pensava inicialmente.

Perguntas para a turma:

O que vocês acham das ações deste evento (mandar e-mails, twittar, assinar petições, etc.)? São suficientes para “vacinar o mundo e salvar o planeta”?

En geral, como a música se pode considerar ativismo?

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3 Responses to Música para mudar o mundo

  1. Vanessa Toro says:

    Penso que é um bom esforço. Muitas pessoas são facilmente persuadidas a fazer as coisas se virem os seus ídolos a promovê-las. Um exemplo disso é Nicki Minaj afirmando que ela não vai receber a vacina no twitter. Li alguns comentários de seguidores da Nicki afirmando que a sua declaração confirmou as suas dúvidas e que eles também não vão receber a vacina. Embora não influencie todos no mundo, acredito que as ações de Live Aid terá algum impacto. Eu acho que em seus e-mails e uso de mídias sociais eles devem continuar a compartilhar fontes confiáveis de informação para que seu audiência possa ler sobre a vacina, como ela funciona, e por que eles devem obtê-la. Eu acho que a música é uma ótima maneira de protestar e lançar luz sobre questões que atualmente prevalecem em nossa sociedade. Semelhante à poesia, pintura e outras artes, a música tem uma maneira de falar para o público de uma forma que um simple discurso não pode. A música une e excita pessoas em todo o mundo. Um grande concerto como Live Aid dá aos artistas musicais a oportunidade de promover algo que eles acreditam ser importante através de um meio que eles gostam.

  2. Ulia Ahn says:

    Raquel, seu tema de reflexão esta semana é muito interessante! Música como a forma de ativismo não é um conceito novo. Um evento que eu lembro é “We are the world” em 1985 pelo a fundação “USA for Africa.” Muitos cantores famosos cantaram para vender seus “singles” e eles levantaram muito dinheiro para a causa. Por que eles eram muito famosos, muitas de suas fãs se apoiaram e eu vejo o mesmo aqui neste artigo. Eu acho que a música tem mais força a pedir pessoas por dinheiro que outras maneras porque os cantores não são figuras políticas. Eles são artistas que estão usando sua fama para chamar atenção a esses problemas. Mas ao mesmo tempo o ativismo pode ser performativo…Twitter e petições em línea não são maus, mas não fazem muito para proteger vacinas para “todo o mundo.” Temos que levantar nos e fazê-la em pessoa.

  3. Lucas Wright says:

    Acho que, como vimos neste artigo que você compartilhou, as ações que fazem neste evento são importantes. Não há pessoas suficientes a fazer coisas como mandar e-mails para os seus representantes ou falar com eles no Twitter. Mas, ao mesmo tempo, a ideia destas ações é que “o povo deve salvar o mundo.” Esta só é uma transferência da responsabilidade. Isso é algo que acontece sempre quando se fala sobre a mudança climática. As pessoas do dia-a-dia têm a responsabilidade, ao passo que as pessoas que sim causam danos não são responsabilizadas. Temos que chamar atenção para as pessoas que não estão a leva o vírus a sério e fazê-las sentir as repercussões.

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