Votação na diáspora

Encontrei um artigo de Angola que se centra no tema de votação. Semelhante ao artigo cabo-verdiano da semana passada, esse artigo fala sobre o registro de eleitores na diáspora. Segundo o texto, o ministro da Administração do Território “espera registrar até 450 mil cidadãos nacionais durante o registo eleitoral oficioso no exterior do país”. As eleições em 2022 vão ser a primeira vez que os angolanos que moram fora do país poderão votar.

No começo, não entendi a razão pela qual pessoas na diáspora iriam querer votar se não moram lá. Acho que isso tem a ver com minha perspectiva estadunidense já que a imigração e emigração são vistas diferentemente nos Estados Unidos do que em outros países. Por exemplo, quando eu penso nos motivos para imigrar aos Estados Unidos, normalmente penso em pessoas fugindo de uma crise e como resultado, eu associo a imigração como algo permanente porque a mídia aqui quase sempre representa os imigrantes como pessoas que querem ficar nos Estados Unidos para o resto de suas vidas. 

Porém, a verdade é que a imigração pode ser circular; pessoas podem sair e voltar por muitas razões e isso não significa que eles não querem participar no processo eleitoral e exercer seu direito de voto quando não estão fisicamente no seu país. Por essa razão, agora entendo melhor por que é importante que os cidadãos na diáspora tenham a oportunidade de votar. As eleições não só afetam o presente, mas também o futuro. Então, se cidadãos querem voltar ao seu país, ter o poder de votar é uma necessidade porque encoraja engajamento cívico de todos. 

  1. Vocês diriam que é importante que aqueles que moram na diáspora tenham o direito de votar no seu país de origem? Por que?
  2. Como vocês percebem a imigração/emigração? Como essa percepção varia entre países ou culturas diferentes?

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2 Responses to Votação na diáspora

  1. Elise Quesnel says:

    Olá Raquel,

    Como sempre eu gostei da tua análise e na verdade não soube que existem diferentes países que não mantem o direito de votar das pessoas quando eles vivem fora do próprio pais. Em resposta a tua primeira pergunta, eu queria salientar que o direito de votar no seu pais de origem seja pra mim um direito fundamental. Só porque uma pessoa não fica no seu pais de origem a um momento especifico, não quer dizer que não preocupa-se com o futuro politico do pais ! Também por que muitas pessoas vivem fora do seu pais só por uma parte do ano e por alguns anos; retirar o direito de alguém de votar no pais de origem voltaria a considerar que quem não vive presentemente no pais não é mais considerado verdadeiramente cidadão. Demais, no caso da Europa, uma variedade de pessoas mantem uma relação extremamente estreita com o pais de origem, embora vivem num outro pais. A questão de proximidade das diásporas europeias é um exemplo da necessidade de manter o direito de voto em qualquer lugar.

  2. Luis Pastore-Manzano says:

    Oi Raquel! Eu acho que é sempre interessante ver certos conceitos de uma perspectiva externa. Muitas coisas são feitas de maneira diferente fora dos Estados Unidos e acho que isso apenas mostra o quão nacionalistas os Estados Unidos podem ser. Crescemos pensando que as coisas precisam acontecer de uma certa maneira porque é assim que os EUA fazem, mas algumas coisas feitas aqui são realmente não convencionais. é por isso que o país enfrenta um ambiente tão tóxico para conceitos estrangeiros.
    Imigração / emigração é algo que carrega uma conotação particular aqui nos EUA. Muitas pessoas vêm aqui para escapar de hardship sem nenhuma intenção de voltar para casa por um tempo mais prolongado do que o esperado. Este país está engessado como um país onde as pessoas vêm para realizar seu “sonho americano”. No entanto, acho que esse sonho só é feito para algumas pessoas e o próprio país não faz muito para ajudar a progredir nessa idealização.
    No entanto, quando pensamos nas pessoas que deixam os Estados Unidos, parece algo mais temporário do que permanente, especialmente porque eles sabem que podem voltar para se sentirem seguros em sua terra natal sempre que quiserem. Para as pessoas que vêm aqui, muitas vezes não têm outra escolha e, ainda assim, a vida aqui pode não ser melhor do que antes. Realmente, é uma questão de privilégio neste ponto

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