Fantasmas do passado

Ao pensar na tecnologia, em que pensa? É que todos ficam interessados na realidade virtual e nos videojogos. Mas, devemos pensar na diversidade. 

Como os artigos de VOA (o de África em geral e o de Angola) nesta semana dizem, a tecnologia discrimina. A tecnologia discrimina? Não, não pode ser porque a tecnologia só existe para que usemos. Então, não é que os dispositivos discriminam. Nós discriminamos. Mas, eu jamais tenho dito que algumas pessoas não devem ter acesso à Web. Espero que você também nunca o tenha dito. Então, quem? 

Esta questão é muito complicada para este post, mas é importante considerarmos. Como é que os sistemas de poder funcionam? Esta é a pergunta que vai trazer-nos a resposta porque estes artigos falam sobre a desigualdade. Depois do século XV, quando os europeus chegaram na África, todos os países lá foram saqueados. Enquanto os europeus como controladores desapareceram fisicamente (maioritariamente), a África não recebeu as riquezas roubadas, nem o poder, nem estabilidade. Os países no continente não podem participar com o resto do mundo porque não podem suportar-se. Estas são as hierarquias que dão a algumas pessoas, tiram de outros. Estas faltas de diversidade no mundo tecnológico são manifestações de privilégio que vemos por todas partes, e que temos que lutar contra. 

E como se sentem sobre esta ideia que a falta de acesso vem de relações de poder desiguais? O que devemos fazer para dar mais acesso ao povo quem não o tem?

About Lucas Wright

Olá! Sou Lucas e sou senior na Emory. Estudo espanhol e português junto com a filosofia política.
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2 Responses to Fantasmas do passado

  1. Elise Quesnel says:

    Olá Lucas,
    O teu comento é muito interessante e concordo contigo sobre o facto que neste caso é uma questão de discriminação a um nível governamental, e que o poder instituído é à origem do atraso no desenvolvimento das tecnologias na Africa. Eu acho que uma razão por a qual existe uma desigualdade nestes países, é por causa de problemas financeiros e politicos importantes (e problemas de corrupção) que impedem um acesso global às tecnologias. Se a questão é (como diz o artigo do Angola) é que muitas pessoas não tem bastante dinheiro para comprar um computador o um telefone, já uma das soluções poderia ser de criar um programa de coleta de computador nos países mais desenvolvidos e de distribuição nos países onde as pessoas não podem compra-los.

  2. Bushra Rahman says:

    Oi Lucas,

    Você discute muitas questões importantes, como falta de acesso e diversidade com a tecnologia. É quase irônico que a tecnologia e a Internet – que foi inventada para aproximar as pessoas e permitir uma troca instantânea de ideias – também tenham a capacidade de tornar as disparidades entre nós mais aparentes. Você está correto em clarificar que os dispositivos não são os que discriminam, somos nós. A questão está muito mais enraizada em nosso mundo e está ligada a questões como racismo, colonialismo e privilégio. Isso mostra como tópicos que consideramos “objetivos”, como ciência e tecnologia, também têm tudo a ver com sociedade e uma dinâmica de poder. Embora a solução lógica para esse problema seja aumentar a acessibilidade à tecnologia nesses países, devemos garantir que isso seja feito de uma forma que não crie uma dinâmica de poder, onde os países mais desenvolvidos são vistos como os “salvadores” que ajudam outros países a avançar.

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