Intercâmbios entre Macau e países lusófonos

https://pontofinal-macau.com/2022/09/13/elsie-ao-ieong-espera-mais-intercambio-e-cooperacao-academica-entre-a-china-e-os-paises-lusofonos/

Esta semana decidi pesquisar um artigo de Macau porque julgo ser o “país” lusófono do qual sei menos. A secretária para os Assuntos Sociais e Culturais, Elsie Ao Leong, foi palestrante num evento ‘Think Tanks’ entre a China e os Países de Língua Portuguesa na Universidade de Macau. Ela falou sobre planos para encorajar colaboração entre a China e as nações lusófonas. O artigo pareceu-me neutro sobre a ideia, não notei muitas palavras emocionais.

Eu não sabia nada sobre Macau, assim que para compreender bem o contexto do artigo pesquisei um pouco sobre Macau e a sua história. Macau não é um país, é uma região autônoma da China, e é o antigo território mais recentemente autonomizado de Portugal. Macau foi território português até 1999, quando foi devolvido a China. A cultura de Macau é mais influenciada pela cultura chinesa pela proximidade, embora tem algumas influências portuguesas de acordo a sua história como feitoria [trading post] no ocidente durante os tempos coloniais. O artigo capturou a minha atenção porque já que Macau não é território português e a maioria da população fala cantonês ou Mandarim e não português (só 7% falam português fluentemente), por quê continuam os esforços para conectar o território ao português?

Antes do 1999, a maioria dos políticos de Macau eram portugueses, assim que o governo era composto por uma minoria da população. Em anos recentes, Macau tem tido mais movimentos para promover a cultura chinesa e a instrução escolástica do Mandarim, mas ainda hoje o código legal está escrito em português e escolas de direito instruem em português.

Julgo que ter conexões entre Macau e os países lusófonos pode ser beneficial para a economia ao encorajar turismo e troca, e concordo com essa ideia. Especialmente gostei da ideia de criar intercâmbio entre jovens lusófonos e jovens de Macau. Também penso que focar no português poderia criar barreiras para a maioria da população, que não fala português, mas gostaria aprender mais sobre Macau para poder falar mais sobre o território.

Perguntas para vocês:
1. Que este artigo nos diz sobre a relação entre Macau e o português?
2. Que pensam sobre os esforços para encorajar colaboração entre a China, especificamente Macau, e países lusófonos?

3 thoughts to “Intercâmbios entre Macau e países lusófonos”

  1. Eu gostei muito que você pesquisou Macau, Yanira. Acho que não é tão mencionado nas discussões sobre os lugares do mundo que falam português e têm uma ligação com o mundo lusófono. Quando estive em Portugal, eu visitei a Fundação do Oriente, e ali eu vi uma exibição de Nuno Barreto que apresentou todas suas interpretações artísticas de Macau quando ele estava lá no fim da sua vida. Eu pude ver uma perspectiva de um português sobre uma ex-colônia de Portugal.

    Acho que Macau ainda está ligado com Portugal porque esta herança de língua e presença colonial é relevante hoje em dia. Todavia, tu escreves um bom ponto que há encorajamento de colaborar com a China por exemplo pela lingua mandarín. Acho que este origina se da economia e política internacional. Claro que Macau foi colonizado por Portugal, mas agora é uma extensão Chinesa. Ainda há dinâmicas políticas que ditam a soberania de território.

  2. Eu gostei muito da sua discussão! Antes de lê-lo, eu também sabia quase nada sobre Macau. Achei interessante que ainda depois que os portugueses devolveram ao país, o código legal permanece em português. Me pergunto se tem avido esforços para tornar a linguagem do código legal em cantonês (especialmente pelos chineses que valorizam a nacionalização e unidade da China). Você mencionou que 93% da população fala cantonês ou mandarim, mas as escolas de direito são em português. Eu acho que isto gera uma barreira para os que aspiram ter profissões de lei, mas não sabem português. Ensinam o português nas escolas? Cantonês e português? Ou só cantonês?

  3. Oi Yanira,

    Acho que a interação entre o países lusófonos e países que tiveram o contacto com Portugal no passado cria uma cultura única, mais similar entre países com situações similares. Por exemplo, li que depois da colonização de Angola, o governo de Portugal criou uma programa para incentivar pessoas a se mudarem (to move) para Angola. Acho porque isso, e outras razões também, que português é a língua mais comum em Angola. Mais queria saber se houve menos incentivos para integrar nos países ou lugares como Macau e Timor Leste, onde português não é usado muito.

    Sobre sua segunda pergunta, acredito que os esforços para encorajar colaboração entre a China é para motivações econômicas e comerciais. Um aspecto a considerar é que Macau é semelhante a Las Vegas, então acho que a cidade é importante para China, mas não a maior centro do econômico, como Pequim(Beijing) ou Xangai(Shanghai), mas ainda pode ser a porta para o mundo de colaboração econômica com China.

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