Os dois artigos mostram como a discriminação racial ainda está enraizada na sociedade.
Além de discutir sobre a necessidade de descolonizar o teatro cabo-verdiano, o artigo da Nação também fala sobre a falta de dignificação e profissionalização nas profissões do teatro (como ator, atriz, diretor, etc.). Há muitas pessoas que quisessem perseguir profissões nas artes, mas não podem porque “não são remuneradas pelo seu trabalho”. Acho que a falta de dignificação nas profissões artísticas é comum na maioria dos países. Muitas vezes o governo e a sociedade não valorizam carreiras nas artes porque acham que não são profissões verdadeiras. Eu fiquei com admiração pelo trabalho e esforço da Patrícia Silva em tentar transformar está narrativa errada sobre a classe artística.
- Vocês acham que nos E.U. também existe uma narrativa que desvaloriza as carreiras nas artes?
- Eu achei interessante a sentença da Silva “que o teatro é porventura a forma de arte mais libertadora”. Vocês concordam com esta sentença?
A ideia do “profissionalismo” também está presente no artigo do País. Lemos como o banco de Moçambique proibiu o cabelo natural de mulheres negras. Achei interessante que embora Moçambique é um país Africano, instituições elites (como o Banco de Moçambique) faz regras que marginalizam a pessoa negra. Isto mostra que o racismo não só é um conceito social, também está enraizado nas instituições de poder que difundem ideias discriminatórias.
Fatima, acho que na Emory já há uma desvalorização das carreiras artísticas ainda que já existe em geral nos Estados Unidos! Numa escola que é tão fixado nos “tracks” professionais, é difícil encontrar uma cena grande para a arte. Acho que este mostra uma falta de cultura e que este é a coisa que une e promove diversidade e ativismo. Nas aulas de português, vimos muitos filmes diferentes que apresentam não só linguagem diferente. também culturas diversas. É importante notar que as carreiras nas artes contribuem discursos novos na sociedade e nos chamam atenção aos grandes problemas.
Olá, Fatima. Em resposta a sua primeira pergunta, penso que nos EUA, sim, existe também uma narrativa que desvaloriza as carreiras nas artes. Na minha experiência como aluna é quase uma piada entre alunos que as artes não são fundadas bem. Lembro-me de conversas no meu ensino médio sobre tudo o dinheiro que tinham os times desportivos sem ter que angariar fundos, enquanto os da orquestra tinham que vender colchões aos pais da escola para coletar o dinheiro necessário para ir as suas competições. Também conheço a muitas pessoas que amam as artes e quiseram poder praticas as suas artes como carreiras, mas decidem estudar outra coisa e deixar as suas artes porque precisam ter pagamento para sobreviver.
Olá Fatima,
Tua perspetiva sobre os artigos é muito completa.
Também acho que é interessante que Moçambique é um país africano, mas as elites governam a sociedade através de instituições, como bancos grandes. Presumo que muitos países pós colonizados ainda têm essa tipa de situação. De certa forma, os EUA têm um problema semelhante de falta de representação da diversidade em posições de poder, embora de forma menos direta. Certamente acredito que a cultura ocidental desvaloriza as artes, especialmente quando existe um focado grande sobre a economia e saúde e progresso. Enquanto acredito que frase de Silva sobre a teatro é interessante, não concordo que teatro especificamente é a forma de arte mais libertadora. Acredito que a arte em geral é libertadora, mas certas pessoas desenvolvem ligações mais fortes com certas formas do que com outras.